VITAMINA D

Iniciamos nossa série de artigos trazendo algumas informações básicas sobre a vitamina D. Esta substância, até então relacionada somente com a saúde óssea, hoje é reconhecida como importante ao bom funcionamento de praticamente todos os sistemas do nosso organismo. A sua deficiência, hoje considerada já uma epidemia, está associada a várias doenças, tais como hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares, diabetes melito, alguns tipos de cânceres e doenças autoimunes entre outras. Assim, aproveite o artigo, se informe e tome os cuidados necessários para manter o seu corpo bem suprido desta preciosa vitamina.
A vitamina D, conhecida também como a "vitamina do sol", está constantemente presente na mídia, e as últimas pesquisas científicas afirmam a necessidade de otimização do níveis fisiológicos a fim de prevenirmos uma série de doenças.
Inúmeros estudos realizados e publicados em diversas revistas confirmam que há uma epidemia mundial de deficiência de vitamina D. Uma das causas é a baixa exposição ao sol (raios UV-B), condição imprescindível para a formação da vitamina, pois, de acordo com recomendações médicas, deve-se evitar a exposição solar entre 10h e 15h e utilizar protetor solar. Neste período considerado crítico há maior intensidade dos raios UV-B, mas eles são fundamentais para a conversão na pele da forma inativa da vitamina D em ativa. Outro fator é a dificuldade em atingir as necessidades diárias da vitamina D a partir da alimentação; seria necessário um alto consumo de peixes e ovos, por exemplo, para suprir as recomendações.
A descoberta desta vitamina ocorreu no início do século XX, e acredita-se que esta molécula desempenhou um papel importante e fundamental na seleção natural que isolou as várias etnias humanas pela pigmentação, e que presença ou ausência condicionou a sobrevida ou o declínio de certas populações.
Existem dois tipos de vitamina D: a vitamina D3, ou colecalciferol , obtida de fontes animais ou produzida pelo corpo, e a vitamina D2, ou ergocalciferol, produzida por fontes vegetais, que necessita de metabolização para se tornar ativa. Ambas as formas agem como vitaminas e ajudam a prevenir os sintomas de sua deficência, porém atualmente sabe-se que a vitamina D2 possui uma eficácia muito menor do que a vitamina D3.
A vitamina D3 é produzida nos seres humanos poucos minutos depois da exposição solar (raios UV-B). A 7-dehidrocolesterol, molécula precursora derivada do colesterol presente na pele, transforma-se em pré-vitamina D3 e, posteriormente, é transportada para o figado e convertida em 25-hidroxi vitamina D3 (calcidiol). Esta forma de vitamina D3 é passível de ser dosada a nível sanguíneo, mas ainda não é sua forma ativa. Sabe-se que o calcidiol (25-hidroxi vitamina D3) precisa ser convertida nos rins em sua forma ativa, a 1,25-hidroxivitamina D3 (calcitriol).
A vitamina D, embora denominada vitamina, hoje é reconhecida como um hormônio esteróide (hormônio derivado do colesterol), pois já está estabelecido que ela possui a capacidade de regular a expresão gênica ("liga" e/ou "desliga" o funcionamento dos genes). Descobertas recentes e reveladoras demonstram que todas as células possuem receptores para a vitamina D. Pesquisadores da Universidade de Oxford descobriram 2.776 pontos de ligação (receptores) de vitamina D ao longo do genoma humano. Logo, a vitamina D tem a capacidade de atuar em 2.776 genes. Esta pesquisa revela porque a vitamina D tem uma ampla influência sobre a saúde humana.
A vitamina D é essencial para a prevenção de doenças e manutenção da sáude. Qualquer fator que impeça a absorção, a formação ou a transformação deste nutriente acaba contribuindo para sua deficiência e assim acarreta uma série de problemas à saúde, onde os sintomas podem manifestar-se em doenças inflamatórias, distúrbios do metabolismo ósseo, doenças infecciosas e desequilíbrios imunológicos. Assim, recomenda-se a exposição solar equilibrada ou a suplementação adequada da vitamina.

QUANTO TEMPO DE SOL É NECESSÁRIO PARA PRODUZIR VITAMINA D ADEQUADA?
RECOMENDAÇÃO É DE 15 A 20 MINUTOS NO SOL FORTE E SEM PROTETO SOLAR
A maior causa de deficiência de vitamina D é o que está sendo chamado de heliofobia (medo ou aversão ao sol). Desde que o câncer e o envelheciemnto da pele foram relacionados à exposição solar, passou-se a evitar progressivamente o sol. Filtros solares, ou a vida dentro de ambientes fechados das grandes cidades, fazem com que a exposição solar torne-se algo cada vez menos frequente, quando não inexistente para um grande número de pessoas.
Hoje, recomenda-se ir para o sol entre 7h e 10h da manhã ou no final da tarde, para diminuir o risco de câncer de pele ou o fotoenvelhecimento. Só que nestes horários a intensidade de raios UV-B é pequena e não acontece a síntese de vitamina D3 na pele. Idealmente, deveríamos nos expor ao sol no verão e guardar na gordura o estoque necessário para o restante do ano, mas isso é cada vez mais raro. Uma pessoa de pele clara pode produzir de 10.000 a 15.000 UI de vitamina D permanecendo de 15 a 20 minutos no sol forte (entre 11 e 14 horas), sem protetor solar. Pessoas com a pele escura precisam se expor um tempo maior (pessoas de cor negra precisam permanecer até 40 minutos). Podem-se expor pernas e braços apenas (25% do corpo produzem boa quantidade).
ALIMENTOS QUE CONTÉM VITAMINA D:
FONTE PORÇÃO VITAMINA D
Óleo de fígado de bacalhau 1 colher de sopa 1360UI
Cogumelo Shiitake 50g 800UI
Salmão 1 filé (100g) 794UI
Atum 1 posta (100g) 154UI
Ovo (Gema) 1 unidade 26UI